Fui à exposição de Andy Warhol, na Estação Pinacoteca em São Paulo (a qual, aliás, confundi com a Pinacoteca…). A exposição, chamada de Mr. America, mostra as obras e a visão desse que foi um dos artistas mais expressivos, experimentais e extravagantes da história recente dos EUA.
Andy Wahrol foi uma figura intrigante. Começou como um simples artista gráfico para propagandas, mas depois viu que poderia usar todo o seu potencial para mostrar aquilo que todo mundo estava acostumado a ver, de forma diferente, mais destacada. Talvez olhar para a Marilyn Monroe uma vez não tenha o mesmo impacto de olhar para ela em várias cores e combinações diferentes.
Não só ele tentou fazer com que outros vissem o mundo de forma diferente, mas ele mesmo foi o mais diferente possível do que era tido como convencional e adequado. Apesar de mostrar uma postura liberal em relação a gêneros, com todos os tipos de credos, cores e tendências sexuais em sua “Factory”, ele próprio agia de forma assexuada, dizendo estar virgem mesmo no final de sua vida. De fato, ele parecia muito mais se empolgar com a fantasia e a suposição do ato do que dele propriamente dito. Podemos tirar alguns exemplos disso de algumas de suas frases (tradução minha):
“O amor da fantasia é muito melhor do que o amor de verdade. Nunca fazê-lo é muito excitante. As atrações mais excitantes são entre dois opostos que nunca que encontram. Se você ama alguém e nunca chegam ao ato, é muito mais excitante.”
Outro exemplo é o seu filme Blow Job (curta e diretamente: Boquete), na qual apenas a face de um homem aparece o tempo todo (35 minutos de filme!!!) com as expressões de quem está recebendo o sexo oral. Sem nenhuma outra informação, nao é possível saber se existe uma mulher, um homem ou apenas o ator fingindo tais situações.
Essas letras acima são apenas parte do que foi e do que fez Andy Warhol. Um personagem tão complexo e tão paradoxal (ou, como nas suas próprias palavras, “superficalmente profundo”) que nos deu mais uma forma de encararmos o mundo.
Que assim seja.
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