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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Nada Mudou

Sim, meses sem escrever e nenhuma novidade interessante pra contar. Isso é ruim? Não, pode apenas significar que a vida aportou num daqueles lugares seguros que sempre imaginamos. Mas também pode ser que ela esteja travada em um ponto e não consegue ir em frente.

Seja qual for o caso, a série da minha vida pode estar em pausa, mas a produção continua. Eventualmente, retornaremos com novos episódios :)

Que assim seja.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Seven Day Mile

(Sim, sei que estou muito musical, mas quando não tenho nada a dizer, deixo que as letras dos outros digam por mim).

Your will changes everyday
It's a road you've come upon
I can help you if you want to
Down here nothing gets a chance
It's a threat that's real enough
We can burn this bridge or stay here
It's a breeze everlasting like time
Making so sure that
I can return just to see it from your side again

Always never seems to work
It's a word you never learned
I don't really see a way clear
It's a sea ever churning in tides
In the sureness of time
And our words will repeat now forever again
Well this might take a while to figure out
So don't you rush it
And hold your head up high right through the doubt
'Cause it's just a matter of time
You've been running so fast
It's the seven day mile
Has you torn in-between here and running away

I don't have a choice in this
It's a road I've come upon
You can join us if you want to

Always never seems to work
It's a word we never learned
Time will be the judge of all here
This might take a while to figure out now
So don't you rush it
And hold you're head up high
Right through the doubt now
'Cause its just a matter of time
You've been running so fast
It's the seven day mile
Has you torn in-between here and running away
It's line you've been wanting
It's your time
It's the seven day mile
Has you torn in-between here and never again
Never again

And down here nothing gets chance
It's a world too big for us
Time will be the judge of all here
This might take a while to figure out now
So don't you rush it
And hold you're head up high
Right through the doubt now
'Cause its just a matter of time
You've been running so fast
It's the seven day mile
Has you torn in-between yeah and never again
Never again

Que assim seja…

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Surfando Karmas…

Quantas vezes eu estive
Cara a cara com a pior metade?

A lembrança no espelho,
A esperança na outra margem

Quantas vezes a gente sobrevive
À hora da verdade?

Na falta de algo melhor
Nunca me faltou coragem

Se eu soubesse antes o que sei agora
Erraria tudo exatamente igual...

Tenho vivido um dia por semana
Acaba a grana, mês ainda tem
Sem passado nem futuro,
Eu vivo um dia de cada vez

Quantas vezes eu estive
Cara a cara com a pior metade?
Quantas vezes a gente sobrevive
À hora da verdade?

Se eu soubesse antes o que sei agora
Iria embora antes do final...

Surfando karmas e dna
Eu não quero ter o que eu não tenho
Não tenho medo de errar!

Surfando karmas e dna
Não quero ser o que eu não sou
Eu não sou maior que o mar...

Na falta do que fazer, inventei a minha liberdade!!

...

Que assim seja...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

De Repente…

A Visita

(texto de Maira Viana, baseado na música Soprano)

“Trocar o óleo do carro, concluir o imposto de renda, comprar cuecas novas, negociar um crédito no banco, tomar mais vitamina C, ligar para a assitência técnica da máquina de lavar, parar de fumar, reorganizar a carteira de clientes do escritório e trocar as cordas do violão”. Bateu a cabeça na porta de vidro enquanto caminhava, distraidamente, enumerando no pensamento o batalhão de coisas que ainda tinha por fazer. Era um homem muito ocupado, sem dúvida. Corria tanto pra lá e pra cá que nem tinha tempo de fazer uma visita aos amigos. À espreita, a moça desocupada gargalhava da situação enquanto ele tentava se recompor do embaraço, como se nada tivesse acontecido. Refeito do acidente, passou a mão na testa reconhecendo, de imediato, o auto-relevo que a pancada lhe causara. Parou diante da moça risonha com um olhar de repreensão e, num franzir de sobrancelhas, se deu conta de que ja não enumerava mais aquele batalhão de coisas que ainda tinha por fazer. Deu por falta do homem-muito-ocupado dentro de si. E assim foi. Corria tanto pra lá e pra cá que nem tinha tempo de fazer uma visita aos amigos até que um dia, num sobressalto, o amor viera lhe visitar.

Todos os meus grandes amores foram de repente. Todos apareceram por acaso. E todos fazem parte de mim.

Que assim seja.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Seja a Lenda

Minha vida é bastante comum. Ordinária, até. Queimo meu cérebro em dois empregos diferentes, corro para cima e para baixo para não perder a hora. Aturo parentes que não possuem nada em comum comigo, a não ser o laço sanguineo. Moro longe de quem eu gosto, sempre tenho que viajar para ver quem amo. Nada de mais acontece. Casa, trabalho, correria, cama. Não dá muito tesão levar uma vida assim. Como seguir em frente?

Quando minha mente se perdeu dentro dos paradoxos da realidade, eu aprendi a viver minha vida como uma lenda. Como feitos para um público imaginário, pensando que um dia pessoas lerão como foi aquele passeio que fiz no parque pensando em nada. Que meninos farão óculos de papel e se passarão por mim enquanto brincam. Mas eu realmente faço isso para me lembrar que minha vida é uma maravilha, porque eu a torno assim.

Senão eu teria entregue os pontos, e desistido de sonhar.

Que assim seja.

sábado, 19 de junho de 2010

Trinta e Um

31 é um número natural que vem depois do 30 e antes do 32.


Na matemática, ele é o terceiro primo de Mersenne, assim como o quarto primo Primorial, e junto com o 21, outro primo Primorial, engloba um número primo gêmeo. Como um primo de Mersenne, 31 está relacionado ao número perfeito 496. Ele também é o oitavo expoente do primo de Mersenne, além do quarto "primo da sorte" e o décimo-primeiro primo supersingular. 31 é um número triangular centrado, um número pentagonal centrado e um número decagonal centrado.


Na química, é o número atômico do Gálio. Na astronomia, o objeto Messier M31 é uma galáxia de magnitude 4,5 na constelação de Andrômeda.


Nos esportes, o 31 já foi aposentado por vários times americanos em homenagem a grandes jogadores. No baseball, pelo San Diego Padres, Chicago Cubs e Atlanta Braves. No basquete, pelo Boston Celtics e Indiana Pacers. No hóquei, pelo Edmonton Boilers e New York Islanders. No futebol americano, pelo Atlanta Falcons e New Orleans Saints. O piloto Jeff Burton da NASCAR dirige o n. 31. Goleiros de hóquei também costumam usar o 31.


Em outras áreas: 31 é a quantidade de dias de janeiro, março, maio, julho, agosto, outubro e dezembro. É o código internacional telefônico para a Holanda. É um tipo de jogo de cartas. Um tipo de jogo disputado com o tabuleiro de gamão. A quantidade de sabores do sorvete Baskin-Robbins. Está no título do anime Ulysses 31. No título do livro de Nick Hornby, 31 Songs. E é uma gíria para "masturbação" em turco ("otuzbir") [HA! Essa é boa!].


Além disso tudo, também é a idade que estou completando.


So be it!


P.S.: Está curioso? Vai na Wikipedia e fuce que nem eu fucei!

sábado, 29 de maio de 2010

Desvanecendo

No momento, me sinto apagando. Não pelo fato de ter acordado em horários diferentes, entre 5:30 e 7:30 da manhã, nos últimos dias e ter um relógio biológico mais desregulado do que nossa economia. Ou simplesmente por estar trabalhando durante a maior parte do tempo que estou acordado.

Me sinto apagando pois sei que meu tempo está passando e não estou chegando a nada. Não consigo mais dar certezas. Não sei informar se aqueles sonhos pelos quais fui tão apaixonado um dia serão realidade.

Não sei mais se formarei minha família ou se ficarei como um fardo na dos meus pais. Não sinto mais vontade de traduzir textos (e idéias) como gostava de fazer. Só sei que tudo parece se reduzir a chegar em casa, ficar em silêncio (pois de nada adianta falar quando não estão dipostos a te ouvir), dizer o roteiro certo e ir para cama, esperando outro sonho mais animado do que a realidade. De fato, nem sei mais se tenho o que falar, já que nem eu encontro mais relevância ou importância nas palavras.

Talvez seja apenas aquele sentimento de “poutz, ficando mais velho”, que joga nosso bom humor pra baixo. (E nesse momento me lembro de como minha mais querida passou por esses e soube se expressar por linhas menos tortas do que esta). O fato é que estou desaparecendo como ser pensante, restando apenas uma casca adormecida e dopada, que vai trabalhar, ouvir e satisfazer enquanto ainda puder agir.

Boa noite por hoje.

P.S.: Talvez, se por acaso chegar a sumir, espero que possa deixar a mensagem como legado.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Te Conheço de Um Sonho

Nunca escondi que eu tenho os sonhos mais loucos, psicodélicos e realistas. Muitas vezes os meus sonhos eram bem mais agradáveis e movimentados do que minha vida, e eu adorava dormir só para esperar por eles (mesmo sabendo que era um tipo de fuga; contudo, eu não sou de ferro, tenho minhas crises como qualquer pessoa). Mas uma coisa que aconteceu repetidas vezes e, novamente, aconteceu hoje foi sonhar com quem eu não conheço pessoalmente.

Esses anos de internet me trouxeram várias amizades, e até amores, virtuais. Pessoas de outras cidades, estados, paises. Gente que eu sei ser muito difícil encontrar. Talvez, como uma forma de compensar essas distâncias, eu as trago para meus sonhos. E eu acredito que parte delas realmente vem, pois eu consigo ver o sorriso, escutar a voz que não conheço.

O exemplo mais recente foi uma conhecida com quem tenho pouquíssimo contato, mas sigo sua vida online. Tenho certeza que estávamos em uma mesa conversando, e estou convicto que estava fazendo alguma coisa engraçada pra ela rir, pois ela gargalhava horrores. (Parte da felicidade dela também se devia ao fato de estar acompanhada: se a outra pessoa era namorada ou só amiga, isso não consigo dizer).

É capaz que eu jamais a encontre e que, em alguns anos, eu a esqueça. Mas fico feliz de ter encontrado com ela, nem que seja nos meus sonhos.

Que assim seja.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Sobre Decepções

Entre os fatos da vida, existe a decepção. Você vai ter uma, cedo ou tarde. Na verdade, mais de uma; várias. Elas irão variar de intensidade e efeito em sua vida e em seu comportamento. Por mais que tentemos evitar essa situação, ela acaba ocorrendo… E é quando menos esperamos que ela acontece de forma mais avassaladora, impactante.

Suas decepções podem ter várias fontes. Amigos, amores, trabalhos, sonhos… Algumas nem serão realmente culpa desses fatores, mas na SUA opinião, serão tão devastadoras que o levarão para o quarto, trancarão a porta e deixarão aquele sentimento de “quero fugir do mundo”.

Aceite esse fato. Sua vida não se tornará pior por causa disso. Ela será mais prática, mais racional.

Que assim seja.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Silêncio

Palavras deveriam ser ditas sempre com algum propósito. E sempre deveriam ser ouvidas com interesse. Se não há mais porque ouvir, também não há mais porque falar.

Vamos aproveitar o silêncio, nos concentrar no que interessa. Atingir nossos objetivos de forma mais rápida. E, talvez, tenhamos um motivo para falar de novo.

Que assim seja.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Ser do Contra

Tenho acordado cedo ultimamente. Mais cedo do que gostaria. Por conta disso, tenho visto manhãs claras e azuis, com o céu limpo e o sol brilhando. Mas, o que deveria ser uma manhã de sonhos para qualquer pessoa me desanima. Me sinto bem melhor quando o céu está cinza, com um vento frio soprando o que restou do meu cabelo (mas que, ironicamente, deixa a maioria das pessoas depressivas).


Então, fiquei a pensar nas características que me levam a ser "do contra". Enquanto a maioria das pessoas não gosta de muitos apelidos, eu coleciono todos. Enquanto a maioria dos homens corre do casamento, eu corro atrás dele (apenas para ser enrolado). Enquanto o mundo fica mais escuro, triste e frio, eu insisto em fazer rir, ser romântico e querer acreditar que os outros podem ser assim.


Se você que está lendo essas linhas acha que estou reclamando, então mais uma vez estou sendo do contra, pois ser do contra pra mim é uma vantagem, não um problema. É ser um pouco mais imprevisivel em um mundo ordenado.


Que assim seja.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Diário de um Novo Lar, Parte IX: Um e Único Ano

Dia 10 de abril. Naquele dia, fez um ano que me mudei para o apartamento. Apressado no primeiro momento, depois ajeitando as coisas de pouco a pouco. Fazendo de um local vazio um novo lar, o meu lugar. Lugar onde aprendi os princípios de cozinhar, de limpar, de cuidar. Onde mais conversei comigo mesmo, as vezes sem querer escutar as respostas.

Toda a experiência foi válida. As noites solitárias. As reuniões com os amigos. A cama quebrada. Todos que conheceram e que deixaram sua lembrança no meu novo lar.

Um ano que se foi. Um único ano. Pois agora, é hora de preparar para novos voos.

Até a volta, novo lar.

Que assim seja

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O Conto do Príncipe Caído

Este conto não é meu. Foi feito por Rob Gordon, do Championship Chronicles. Mas eu achei bastante interessante e vou reproduzi-lo abaixo.

 

E um dia o Príncipe voltou de viagem para o seu Reino, após semanas viajando por outras terras. Era uma manhã de Sol e o Príncipe entrou na cidade aos pés do seu castelo, montado sob seu cavalo branco. Mas o povo não estava nas ruas para recebê-lo.

O Príncipe estranhou o silêncio. Sempre que retornava de viagem, era recepcionado com festa e música. Bandeiras coloridas enfeitavam a cidade, e a praça central ficava tomada de gente: crianças brincando de roda, jovens namorados fazendo promessas de amor, famílias inteiras querendo ver o Príncipe de perto. À noite, banquetes imensos eram oferecidos.

Não era uma forma de tributo. Era apenas a maneira de o povo celebrar que seu Príncipe havia retornado para o lar, e estava entre eles novamente.

Mas desta vez, não havia bandeiras ou festas. No lugar da música, havia apenas silêncio. No lugar da multidão, festiva, apenas o vazio. Cavalgando pelas ruas de pedras, percebeu que era a única pessoa do local. Todas as casas estavam fechadas. As janelas estavam cerradas, as portas trancadas. Seu castelo estava trancado, as luzes apagadas.

O Príncipe chamou pelo povo, mas obteve como resposta apenas os ecos do galope de seu garanhão. Percorreu a cidade inteira. Rua por rua, pátio por pátio, praça por praça. Não havia ninguém. Galopou pelas fazendas, nos extremos da cidade, mas não encontrou o povo.
Chegou aos limites da cidade e, sem saber para onde ir, entrou na floresta.

Conhecia bem a mata. Havia aprendido a caçar ali, quando criança. Sons de pássaros invadiram sua mente.

Após alguns minutos, deparou-se com uma figura vestida de branco dentro de uma palhoça. Era a Vidente, mulher que vivia ali, reclusa, há décadas. O povo a evitava, por superstição, chamando-a de bruxa e evitando olhar para ela nas poucas vezes em que entrava na cidade. Mas o Príncipe sabia que, apesar de excêntrica, era inofensiva.

Assim sendo, se aproximou da mulher e a chamou.

– Vidente! Onde está meu povo?

A velha, que fiava numa espécie de máquina, levantou os olhos e encarou o Príncipe em silêncio por alguns segundos. O Príncipe devolveu o olhar. Ficaram assim por alguns segundos, até a Vidente suspirou e interrompeu suas tarefas, levantando-se.

– Povo? O senhor não tem mais povo.

– Como não? Sou o Príncipe.

– O senhor não é mais o Príncipe. Teu povo não te quer mais.

– Que sandice é essa?

– Teu povo não deseja mais um Príncipe. Eles acham que não precisam do senhor.

O Príncipe desmontou do cavalo e aproximou-se da mulher. Olhou-a em silêncio, procurando por traços de mentira em seu rosto.

– Vidente, conte a verdade.

– Esta é a verdade. Teu povo lhe renegou.

– Mas por qual motivo?

– Não há motivo. Pelo menos, não é um motivo que eles possam entender. Eles apenas não o querem mais.

– Mas qual a razão disso? Eu sempre cuidei do meu povo. Sempre lhe provi com alimentos e festas. O Reino não está em paz há décadas? Prosperando?

– Sim.

– Mesmo em momentos difíceis, sempre fiz questão de levar a vontade do povo em consideração. Permiti que eles governassem lado a lado comigo. E perdoei todos seus erros. As poucas pessoas que bani do reino, não o fiz por capricho, mas por saber que seriam prejudiciais ao meu povo.

– Eles sabem disso.

– Durante toda a minha vida, eu coloquei as vontades do povo acima das minhas. Governei por eles, jamais por mim.

– Sim. Este é justamente o problema. O senhor tornou as coisas fáceis para eles. Agora, eles acham que é fácil ser feliz e prosperar. Que não existe outro modo de viver, que não seja feliz. Acham que fácil. Fácil a ponto de não precisarem de um Príncipe.

– Como assim?

– Eles não percebem que tudo era fácil porque o senhor estava aqui. Eles não conseguem entender isso. Apenas acham que é fácil. Acreditam que sempre estarão felizes, bem alimentados e protegidos. Estão certos de que sempre estarão protegidos, sem desconfiar que era o senhor quem os protegia o tempo todo, Príncipe.

– Mas eu sempre estive com eles. Como eles não percebem meu valor?

– Eles não percebem seu valor porque eles não conhecem outra vida. Eles não sabem como é a vida real. Não fazem idéia de que existe pobreza, guerras e doenças. Porque o senhor nunca deixou isso se aproximar deles. E como eles não conhecem nada disso, não sabem o valor que o senhor tem. Eles não sabem o que é viver sem um Príncipe.

– Cuidar do meu povo foi errado, então? Deveria ter sido tirano?

– Talvez. Mas esta pergunta é desnecessária. O senhor sabe que jamais teria conseguido agir desta forma.

O Príncipe parou e refletiu. Queria recuperar seu Reino, mas ainda não havia aprendido a pensar nele. Pensava apenas no povo. O povo sempre havia sido sua maior preocupação, desde que havia nascido.

– E eles conseguirão? Prosperar sem mim? Terão sucesso nisso?

– Não. Talvez prosperem. Mas apenas o suficiente para sobreviver. Jamais como prosperam hoje.

– E o que acontecerá então?

– Chegará um momento em que eles perceberão que tudo se tornaria mais fácil se existisse um Príncipe justo, bondoso e compreensivo cuidando deles.

– Um Príncipe como eu.

– Um Príncipe como senhor.

– E aí, recuperarei meu trono?

– Não, Príncipe. Neste momento, o senhor já estará longe. Seu povo ainda se lembrará... Seu nome será lembrado ao redor de algumas fogueiras. Mas o senhor estará longe. Pois muito tempo se passará até que isso aconteça.

– Então, é isso. Não há retorno. Nem mesmo quando eles aprenderem meu valor? Quando eles enxergarem tudo o que lhes dei?

– Não, não há.

– E eles encontrarão outro Príncipe para cuidar deles?

– Talvez. Mas jamais será como o senhor. Não haverá outro bondoso, justo, ou compreensivo. Não como o senhor.

– Então, tudo o que fiz foi mostrar a eles o caminho que os levará à descoberta do valor real de um Príncipe, mas de um Príncipe que eles jamais terão novamente?

– Exato. Eles só aprenderão teu valor no momento em que ficarem sem o senhor. Mas aí será tarde demais.

– Isso não é justiça. Eu não quero que meu povo saiba meu valor apenas quando for tarde demais, quando eu não puder retornar.

– Príncipe, o fato de o senhor ter sido justo com seu povo a vida inteira não faz com que eles sejam justos com o senhor. Ou com eles mesmos.

– Há algo que possa ser feito? Algo que eu possa fazer por eles?

– Não. O caminho deles é diferente do seu, agora. Eles assim quiseram.

– Vidente, faça algo por mim.

– Sim, senhor.

– Cuide de meu povo por mim.

– Não é o meu papel, Príncipe. Também não é mais o teu.

Resignado, o Príncipe montou em seu cavalo, sob o olhar da Vidente. Palavras lhe faltavam. Tocou a jóia verde que carregava no pescoço, símbolo de seu poder, com a ponta dos dedos. Suspirou, resignado. Arrancou a corrente de ouro com as mãos e jogou a pedra longe, no mato. Esperou alguns momentos e olhou novamente para a mulher.

– E eu, Vidente? Encontrarei outro reino?

– Talvez. Teu destino é incerto. Mas saiba que se você encontrar outro, jamais reinará tão bem como reinou aqui, Príncipe. Vocês dois perderam hoje. Você e o povo.

Olhou fixamente para a mulher, até que deu um grito com seu cavalo e saiu cavalgando floresta adentro, deixando a cidade para trás.

Pouco antes de desaparecer na mata, o Príncipe parou seu cavalo e olhou na direção do seu castelo. Ficou imóvel por alguns minutos, até que secou os olhos e partiu cavalgando.

E nunca mais foi visto.

Moral da história: Não há. Porque algumas histórias simplesmente não têm moral. Foi isso que o Príncipe descobriu quando olhou para seu castelo pela última vez. Foi isso que o fez chorar.

E que assim seja.

domingo, 22 de novembro de 2009

Enquanto eu ouvia...

Eu pensava em algumas coisas, vaziam tanto sentido...


Tenho andado distraído
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso
Só que agora é diferente
Estou tão tranqüilo
E tão contente...

Quantas chances desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém

Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira

Mas não sou mais
Tão criança, oh! oh!
A ponto de saber tudo...

Já não me preocupo
Se eu não sei por que
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê

E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo
O mesmo que você...

Tão correto e tão bonito
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos
Sei que às vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?

Me disseram que você
Estava chorando
E foi então que eu percebi
Como lhe quero tanto...

Já não me preocupo
Se eu não sei por que
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê

E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu quero
O mesmo que você...


...

Tão simples. Quem lê, entende.

Que assim seja

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Eu sonhei...

Sonhei um sonho de um tempo perdido, quando as esperanças eram altas e valia a pena viver. Sonhei sobre um amor que nunca morreria. Sonhei com uma divindade que perdoaria a todos. Nessa época, eu era jovem e destemido. Meus sonhos eram feitos, usados e descartados. Não havia resgates a serem pagos, músicas desconhecidas, vinhos que não foram provados.

Mas os monstros vieram a noite, com uma voz suave como o o trovão. Enquanto eles destruiam a esperança, transformavam os sonhos em vergonhas... Eu ainda sonhava. Sonhava que ela viria a mim, e que viveriamos anos juntos.

Mas existem sonhos que não podem se tornar realidade... Assim como existem tempestades que não podemos superar.

Tive um sonho de como minha vida seria. Tão diferente do que estou vivendo. Tão diferente do que parece ser.

Agora, a vida matou o sonho que eu tive.


...

Baseado em "I Dreamed a Dream", de "Les Misérables".

Que assim seja.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Músicas e Devaneios

Tenho andado muito musical ultimamente. Sempre cantarolando, ou com fone de ouvido, com uma música na ponta da agulha na minhna mente. E eu sei que o motivo disso tudo é um só, saudades.

Não saudade de uma só pessoa, mas de várias. E as músicas vão passando assim como as saudades vão me apertando. Entretanto, preso por obrigações e convenções, pouco posso fazer além de escutar.

Entretanto, um alento eu possuo quando estou perdido entre notas. Eu sinto que o meu pensamento e o meu sentimento chegam até as pessoas que eu penso e, naquele instante, um agradável conforto me permite respirar por alguns segundos.

Sempre fui muito racional, nunca acreditei que a minha energia pudesse ressoar e tocar quem eu penso, amo e sinto falta. E, de fato, minha mente ainda se recusa a acreditar. Mas o meu coração não me deixa dúvidas.

Por isso, eu continuo ouvindo música, e cantarolando.

E sentindo saudade.

Que assim seja.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Onde Estão?

Fecho os olhos
Peço para Deus
Que possa atender
Esses versos e prosa
Que eu deixei
E eu não sei
Se irão
Tocá-lo em servidão

Abro a porta
Olho para o céu
Será que já choveu?
No jardim essas rosas
Que eu plantei
E eu não sei
Se estão
Mortas ou em botão

E eu me perguntei:
Onde estão
Todas as crianças
Todas as pessoas
Que eu já chamei
Que eu procurei aqui
E que eu tanto amei?
Onde estão meus irmãos?
Onde estão?

Abro os braços
Tanta emoção
Quando eu irei te ver?
No jardim, essas rosas
Que eu plantei
Mas eu não sei
Se irão
Abrir esses botões

Fecho os olhos
Peço para Deus
Que tente entender
Esses versos e prosa
Que eu não sei
Se eu deixei
Em vão
Tocar a imensidão

E eu me perguntei:
Onde estão
Todas as crianças
Todas as pessoas
Que eu já chamei
Que eu procurei aqui
E que eu tanto amei?
Onde estão meus irmãos?
Onde estão?


Onde estão?
Onde foram minhas inspirações?
Aquelas que acompanho e sinto saudade?

...

Que assim seja...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Smile, smile, smile!

Tão simples, mas esse é o objetivo. E sempre foi o MEU objetivo! Fazer sorrir!



Que assim seja! E sorria, porque você é o melhor!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Quando Só Amar Não Basta

Fazemos tudo na vida para mostrar nosso sentimento, nosso afeto. Engolimos sapo, passamos ridículo, repensamos metas para pode adequar nossa vida ao nosso amor.

Mas, mesmo com todo o esforço, existe um momento em que você vê que só amor não basta. Não quando a pessoa amada obviamente não esta olhando para o mesmo lado que você. Quando você percebe que, dentro de todos os planos viajados que pipocam da mente dela, ter você é apenas um dos pontos, e não o principal. Talvez você perceba que aquilo que você escolheu fazer, no fundo, te deixe numa prisão na qual jamais (JAMAIS) terá coragem de sair. Você se torna uma peça tão importante na vida de quem ama, mas se torna apenas isso. Uma peça.

Só amar não é a resposta.

Eu preciso descobrir tal resposta.

Pra fazer sentido.

...

Que assim seja.