sexta-feira, 25 de julho de 2008

Cardboard Citizen



O cara que catava papelão pediu
Um pingado quente, em maus lençóis, nem voz
Nem terno, nem tampouco ternura
À margem de toda rua, sem identificação, sei não



Um homem de pedra, de pó, de pé no chão
De pé na cova, sem vocação, sem convicção

À margem de toda candura
À margem de toda candura
À margem de toda candura

Um cara, um papo, um sopapo, um papelão


Cria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e atura


O cara que catava papelão pediu
Um pingado quente, em maus lençóis, à sós
Nem farda, sem tampouco fartura
Sem papel, sem assinatura
Se reciclando vai, se vai


À margem de toda candura
À margem de toda candura
Homem de pedra, de pó, de pé no chão


Não habita, se habitua
Não habita, se habitua
Não habita, se habitua


...


Tentar ser menos um objeto e mais uma pessoa é um bom objetivo.


So be it.

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